desde então eu não tenho conseguido escrever nada além de meras frases e pensamentos pequenos. eu me lembro de poucas coisas, minha mente fez questão de apertar a tecla 'delete' dois dias depois. eu não me lembro dos momentos que passamos juntas, nem da forma como você me olhava quando estava feliz. eu só me lembro da sua voz, porque quando quero ouvi-la, ligo para o seu celular e ouço a sua menssagem de caixa postal. eu só me lembro do seu cheiro porque uso seus perfumes com a desculpa de que os meus acabaram; mentira, eu quero é te ter perto em cada instante. eu sinto falta do seu colo, mesmo não me lembrando da senssação que ele me causava. agora o que me resta é o vazio. o vazio de quem um dia já viveu muitas coisas e agora vive com amnésia. e por incrível que pareça, eu só me lembro das broncas e dos choros. talvez seja uma forma de eu lidar com todo esse vazio e não ficar chorando à todo momento. eu sei que o vazio que eu tenho jamais será preenchido por outra coisa ou se quer pessoa. e ainda não sei como não me perdi no meio dos meus vícios. mas agora o cigarro me dá ânsia e o vinho me anjoa só com o cheiro. estou entrando em crise de abstinencia e nem sei como lidar com isso, até porque, como lidar com algo que te matou? como lidar com o vício maldito e hereditario pelos genes? como dizer que, agora, quem pode morrer de câncer no pulmão sou eu? como dizer que eu gosto do gosto de nicotina e da falta de glicose no meu organismo? e como dizer que esse meu asco aos meus vícios é mentira, e que eu só os sinto por medo de passar pelo que você passou? eu queria sentir, de fato, enjoo com o cheiro do cigarro, mas eu gosto disso também. o cheiro é o que mais me excita; me deixa com tesão...talvez eu deva párar de escrever e me conformar com a minha falta de talento para o mesmo.
sábado, 6 de setembro de 2008
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Um comentário:
não, não pare de escrever. não pare de remar, também. e você escreveu praticamente tudo o que eu sinto. e isso é horrível, é belo e é uma adivinhação, se não for uma coincidência. coisa triste. mas você escreveu o que sinto. obrigado.
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